quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Mar.



Entre afazeres corriqueiros
Domando meus fantasmas irrequietos
A janela revela um céu azul
Uma luz sedutora a mim
Que me transporta em meus pensamentos
Rompantes de momentos
Ah, eu quero o mar
Um abraço forte das águas
O envolvimento das ondas
O preocupar-se com a correnteza
Deixo me levar, até gosto.
Permito-me ser conduzido.
As águas sabem o que fazem.
Testemunham a vida de camarote
Atentas aos colóquios, amenidades
Comunicam-se, expressam-se
Elas nos recepciona, há de haver respeito
Também nos expulsam, há de haver obediência
Não desafio o mar
Sou um nada diante de seu exército
Apenas um admirador de sua imponência
Do poder que emana em seus movimentos
Seu humor instável como a vida
Surpreende-nos, por vezes
Palco de tragédias
Morada da vida
Mandatário do fim e do começo
Fere-nos de propósito
Por desatenção... nossa
Apaga as chamas do sol todo fim de tarde
Uma força atrativa a qual o astro-rei
Não consegue resistir
Até mesmo o Sol sucumbe ao mar
Como mantém sua vivacidade por milhões de anos
Um dinamismo em eterna renovação
Resiste a tudo, invencível
Almejo ser amigo do mar
Amigo mesmo, parceiro
Visitá-lo sempre
Abrindo-se para mim, saberei seus segredos
Contar-lhe-ei meus mistérios
Compararei com os meus
Quem esconde mais?
Quem tem águas mais profundas
Onde a luz não alcançará jamais?
Gueto de criaturas perigosas
Irreveláveis para mim e todos
Desconhecimento intencional
Temos tantas afinidades, fundamentais
Traços indiscutivelmente semelhantes
Hoje, meu maior desejo
É ser íntimo do mar.

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