segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Chegada.

Tanto faz, tanto fez.
Como prever, sei de nada.
Só sei o que sinto e como sinto.
E o que sinto é bom
É sublime, preenche o espírito.
Faz sorrir, faz chorar.
Chorar nem sempre é ruim.
Nem todas as dores doem.
É bom quando dói o peito.
Quando se perde a hora
O rumo, o eixo
Precisamos nos perder para nos acharmos
São tantos tropeços
Apertos, tombos, feridas
Perdi a conta dos buracos que já caí
Os rios que atravessei, caudalosos
Afoguei-me, nadei;
nossa, já afundei em tantas águas...
Quebrei a cara, no vidro.
Quem nunca? Se nunca, ainda vai quebrar.
Mas é bom, vale a pena.
Vale pelo querer
Pela saudade, pela vontade de viver
Ver, encontrar.
Sim, temos uma vida pra cuidar.
Afazeres para fazer; contas a pagar.
Mas temos um espaço, por vezes, vaziiiiio...
Reservado para quem nunca avisa.
Apenas chega e toma conta. Permitimos.
Venha sem medo, o assento é teu.
Refestele-se, acomode-se.
É certo? Sei lá.
É errado? Muito menos.
Que se dane.
Planos são feitos, desfeitos.
O que é que tem? Todos fazemos;
imaginamos, idealizamos.
Sozinhos, às vezes.
Mas mesmo assim é bom.
O sonhar já vale.
Os dias de bonança ficam.
As risadas são irrevogáveis.
Os beijos, meus. Eu os tive.
Por instantes, eu o tive.
Tenho?
Quem liga?
Eu não.
Mas quero.
Há mais, sempre mais.
Sou posso faço farei
Quero eu e nós
Nós em dois inteiros.
Teremos se não temos;
seremos se não somos,
quando tiver de ser:
felizes.

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