Primeiro é um oceano,
todo um mar em sua infinitude.
Sereno, bonançoso.
Crianças navegariam sem boia.
Um mergulho e cores
surgem. Uma aquarela de emoções. Mais claras, pouco roxas ou cinzas.
Todas montam o ser.
Há harmonia na variedade.
Até vida no escuro.
Vida em toda parte.
O fluxo das águas me
abraça.
Água morna, quase
durmo e me afogo.
À superfície, um sol.
Real, imponente, vistoso.
Quanto brilho. Quanta
luz.
Forte. Agudo. Quase
mordaz.
Não há dor, pois não
fere.
Encanta.
Envolve.
Seduz.
Encanta.
E à noite? Ah, a
noite...
Fragmentos de
cristais graúdos no imenso pano de fundo do espaço.
É um novo sol; novos
e vários sóis.
Tudo torna-se claro;
Cristal;
Verdade.
Vento me acolhe,
brisa me suaviza a alma.
Abro os braços,
preencho-me dessa luz.
Quero senti-la,
engoli-la;
Engarrafá-la e levar
comigo.
Não quero que acabe o
êxtase.
O dia; a noite; o
mar; a paz...
Vivo cada momento.
Respiro a plenitude.
Deito-me na calma que
exala.
Como um choque
elétrico, volto a mim.
Desperto.
E percebo que todo o
tempo
Estive apenas imerso
No brilho dos seus
olhos.