Não
posso diminuir minha sensibilidade
Mediocrizar
o meu sentir
Reduzir
meu tato
Sangrar
os olhos e o peito
Sinto
de forma aguda
As
vísceras entrelaçam-se
Um
ritmo insano de pressa
Maior
do que parece
Mais
intenso do que percebes
Não
aceito, mas vivo.
A
dor é doída no limite do suportável
Choro
de morte, pelas mortes
Defuntos
vivos ou não
Mortos-vivos,
infelizmente
A
estupidez como enfermidade friamente grave
Duramente
feroz
Raiva
mais desilusão mais pobreza
Violência
com lágrimas
Sal
em olhos de frequentes salinas
Não
param de temperar os cílios ou olhos ou a alma
A
revolta potencializa a voz
Lubrifica
as cordas vocais da conclamação
Ecoa
um grito de rasgo abrupto
Escândalos
particulares que já tive
Enoja-me
a abstenção
Covardia
enervante essa
Vergonha...
vergonha.
Essência
do escárnio
A
voz não cala
A
mente não deixa
Que
me ouçam
Que
me julguem e condenem
A
pena me justificará
E
me lembrará lembrando a mim
Orgulhosamente
Que
tentei.