Acordar
de novo
Novo
há nada
Em
lugar nenhum das novidades
Não
há tempestades maiores
Nem
tormentas tantas
Acordar
é o exercício constante
Cansativa
rotina de existir
O
ter que de todo dia
Estar,
dizer e respirar
Pagar,
chorar e esperar
Às
vezes, quero apenas parar
Sentir
os meus eus aquietarem
Deixá-los
no sol para quarar
As
tantas forças de seus dizeres
Sons
de vozes diversas
Sonoridade
enfadonha demais
Excessivamente
pesada
Tudo
isso me suga;
Esgota-me.
O
silêncio grita mais do que eu calado
Meus
espectros de ideias
Planos
falhados, nem tentados
Ou
tentados e falhados
Misturam-se
com esperanças vagas
Mas
ainda há, algumas.
O
mundo ou o universo comunicam
Prostramo-nos
diante da praia brava
Proibida
e imperiosa
Obrigatório
nosso mergulho diário
E
vou às gargalhadas
Sorrir
para a onda que me engole
Quero
chocalhar da água que engulo
Afoga-me
e eu regozijo.
A
vida e seus vieses.
Sou
obrigado a achar graça da dor
Não
me deixam penar
Doer
pela dor e somente por ela
Nem
se eu quisesse
Nem
doer eu poderia
Tenho
que debochar
Zombetear
minha razão de ser
Anestesiar
o pranto
De
talvez não chegar a ser
Contentando-me
ao quase
Ou
à esperança de um dia.
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