Os
dias amanhecem os mesmos
A
olhos nus e inocentes
Optantes
pela cegueira
Ofuscados
pelo sol
Manhãs
de luz ou não
Nada
os atinge
Nem
os toca, sensibiliza
A
dor comum
Do
inevitável fim de cada um
Caminha
a passos largos
Esgueira-se
em qualquer esquina
Na
soleira da porta
Debaixo
dos sapatos que visitam
Nos
braços que edulcoram a saudade
Na
boca que mata o desejo
Ansiamos
pelo simples
Perdemos
o toque
As
horas passam, mas pouco muda
O
ar que nos falta é muito
E
a febre, sintoma do caos
Pandemônio,
descaso
A
noite cai para qualquer um
Do
morro ao asfalto
Da
lata ao ouro
Toda
lágrima tem o mesmo sal
Cada
inexistência é um livro encerrado
A
dor de lá sinto aqui
Privados
da despedida
Ceifados
da chance de vida
Condenados,
coitados
A
penumbra não cessa
Astro-rei
nenhum clareia
Estrelas
não guiam
Só
a cavalaria avança e leva
Puxa
e arrasta pelos cabelos
Despertamos
para um novo dia
Azul
do céu, vento ameno e nuvens brancas
Porém,
a noite continua
Álgida
dia após dia
Sem
data para amanhecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.