Lembro-me
de tudo
Posso
começar?
Sei
toda sorte de detalhes
A
luz do poste era laranja
Iluminava
o exato trecho da rua
Que
atravessamos
Apressadamente.
Era
tarde, e a violência urbana?
3:00
da manhã não é para os fracos
Naquele
cruzar de ruas
Seu
vocativo me penetrou
Desmontei
de pé, como fiquei
Parecia
que sempre estive ali
Com
você, de você
Que
dupla, na noite
Os
risos eram tantos
De
minha parte, embriagados
A
felicidade foi o meu ópio
Tudo
parecia tão divertido
Em
meio a estranhos, quem diria
Eu,
capricorniano antissocial
Velha
guarda dos unidos do sofá
Sócio
interino no clube dos calados
Lá
estava eu, alegre como se a vida fosse apenas aquilo
Uma
longa noite curta curtida
Regada
a amizades, vidas e amor.
Pertencimento
me definia
Ao
pegar minha mão, ah, quando...
Podia
me levar onde quisesse
Puxar-me
correndo pelas ruas claras e escuras
Vielas
da boemia carioca
Que
risco? Que medo?
Confiava
completamente em você
Sua
direção seria a mais segura.
O
conforto que sentia em teu olhar
Eu
o via sem ar de novidade
Sem
receios ou cuidados
Fomos
nós mesmos sem rótulos
Sem
cascas, máscaras ou escudos
Não
nos protegemos da onda avassaladora
Corremos
para ela sem mergulhar
Abri
meu peito para o espelho d’água
Deixamos
arder o soco, o tapa.
Levantamo-nos
juntos
Sabedores
do impacto
Cientes
do encontro
O
reencontro de nossas almas
Há
tempos ocorrido
Há
tempos esperado
Sem
saber, soubemos lá
Sábado
fim, Domingo novo
Nos
braços de quem sempre me esperou
Origem
Estaleiro de mim
Cais de partida
Saí
Não volto mais.
Estaleiro de mim
Cais de partida
Saí
Não volto mais.
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