terça-feira, 25 de julho de 2017

Viagem.

Primeiro é um oceano, todo um mar em sua infinitude.
Sereno, bonançoso. Crianças navegariam sem boia.

Um mergulho e cores surgem. Uma aquarela de emoções. Mais claras, pouco roxas ou cinzas.
Todas montam o ser. Há harmonia na variedade.
Até vida no escuro. Vida em toda parte.
O fluxo das águas me abraça.
Água morna, quase durmo e me afogo.

À superfície, um sol. Real, imponente, vistoso.
Quanto brilho. Quanta luz.
Forte. Agudo. Quase mordaz.
Não há dor, pois não fere.
Encanta.
Envolve.
Seduz.
Encanta.

E à noite? Ah, a noite...
Fragmentos de cristais graúdos no imenso pano de fundo do espaço.
É um novo sol; novos e vários sóis.
Tudo torna-se claro;
Cristal;
Verdade.

Vento me acolhe, brisa me suaviza a alma.
Abro os braços, preencho-me dessa luz.
Quero senti-la, engoli-la;
Engarrafá-la e levar comigo.
Não quero que acabe o êxtase.

O dia; a noite; o mar; a paz...

Vivo cada momento.
Respiro a plenitude.

Deito-me na calma que exala.

Como um choque elétrico, volto a mim.
Desperto.
E percebo que todo o tempo
Estive apenas imerso

No brilho dos seus olhos.

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