quinta-feira, 20 de julho de 2017

Digressões Pós Meia-Noite

Dormir me incomoda.
Sinto-me cansado, mas, por vezes, dormir me incomoda.


São cinco, seis ou doze horas que temos para fazer... nada. Descansar é preciso, o corpo pede, mas, e aí? Produzimos o quê naquelas horas de repouso? Nada.

Gosto de dormir tarde. Tenho a sensação de que aproveito mais o dia. Ou melhor, a noite. Sou notívago; penso melhor, tenho ideias, ideais, sonhos e planos na madrugada. Não sei explicar, se é que há uma explicação para isso. Sei que meu espírito se enche de energia na noite. Mas tenho que dormir. E aí?

A noite me instiga. Por vezes, fico olhando a rua durante a madrugada. Vejo janelas e mais janelas, algumas acesas, muitas apagadas. Penso nas pessoas que lá residem. Se são felizes, se sentem dor naquele momento, se estão a fazer sexo, se estão se recuperando de um dia terrível. Com certeza, acerto sempre.

E o som? Os sons que a noite produz. Aquele barulho dos carros passando, mas, de longe, muito menos frequentes do que durante o dia. Alguém ouvindo rádio ao longe, provavelmente o guarda da guarita do condomínio onde moro. Forço-me a ouvir a música e saber qual é. Muitas vezes, é uma rádio de músicas light, flashbacks internacionais ou nacionais. Por vezes, é um louvor. Ele deve ser evangélico.

Faço planos mirabolantes para vencer na vida. Bolo tudo! Passo a passo, minimamente desenhados. Isso sem falar no dia seguinte. Penso e planejo o meu dia inteiro nessas horas de silêncio. Acordarei mais cedo, irei à academia pela manhã, tomarei um café mais leve. Em me imponho horários, certo de que são possíveis. Está tudo pronto na minha cabeça.

Eu durmo. Acordo tarde. Cansado. A academia da manhã já se foi. O café da manhã vira almoço. E daí? Haverá outra madrugada. Planejarei tudo de novo.

E não cumprirei tudo novamente.


E isso não é fantástico? 

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