sexta-feira, 13 de abril de 2018

Rotina.


Quando o sol nascer
E fizeres te acordar
Com aquele raio quente e agudo
Acariciando suas pálpebras
Penetrando entre elas entreabertas

Quando olhares pela janela
E vires crianças correndo
Estão lá, no pátio da escola defronte à sua calçada
Brincam, riem, choram
Um curta romantizado da vida idealizada

Quando tomares teu café
Adoçado em sua caneca estimada
Comes uma fatia de pão, frutas
Delicia-te com reles minutinhos
És dono de teu tempo

Quando saíres para a labuta
Sentimentos emaranhados
Gratidão pelo dia
O bom humor breve vence a fadiga
Pelo céu azul que avista acima

Quando pausar os afazeres
No “coffee-break”, intervalo
Beberes água, arejares
Olhares pelas vidraças
Admirares os passantes apressados

Quando fores para casa
Parares nos semáforos
Dares a vez aos impacientes
Antes de xingares quem já te xingou
Repensando, represando, melhorando tuas posturas

Quando deixares teu carro na garagem
E olhares o painel, aquele brinquedo
Pendurado, colorido. Guizos .
Quando fores ao elevador
A chave de ansiedade em mãos

Quando abrires a porta
Quando descansares as pernas no sofá
Ligares a TV
Telejornais, crítico ponderado
Novelas, pós-doutorado.

Quando jantares em silêncio
Olhares pelo cômodo vazio
Cada cadeira à mesa é especial
Aquela era diferente
Aquela nunca foste tua

Quando fores para a cama
Apagares as luzes
Cobrires teu corpo contra o frio
Ou desnudo deitares
Ruminando sobre a vida
E tua... a minha

Quando cansares de tudo
Última gota de suor no rosto
Lágrimas, secarem
Quando discordarem de ti
Quando ao sono se entregares...
Sonhares com lugares fantásticos
Relações perfídias
Paraísos utópicos
Dores lancinantes
Vitórias almejadas
Caos
Lampejos embebidos de euforia...
Pensa em mim.

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