terça-feira, 15 de maio de 2018

33.


Logo em Janeiro
No despertar do ano que mal começara
Antes do apagar das luzes natalinas
Pouco depois das celebrações
Decidi transformar minha vida
Mudar meus rumos
Concentrar-me nos novos
Buscar um meio, um sentido
Um norte em busca daquilo que tantos querem
Muitos não sabem do que se trata
Mas eu sempre soube e quero
Sorte
Saúde
E Sucesso
Queria mais estudos
Possibilidades de ascender na carreira
Boas novas, surpresas inesperadas
Assim foi, parecia piada
Nunca pedi amores
Não acho justo
Importunar os astros
Os santos, as entidades
Por uma busca sem precedentes pelo amor perfeito
O que seria um amor “perfeito”?
Obviamente, um oposto do “imperfeito”
E o que seria esse?
Com brigas, tormentos
Fragmentos de vidas sobre as quais ninguém deseja falar
Apenas desejam “share” o que querem
O que os outros querem ver
E os que os outros devem ser
Os outros os outros os outros
“Been There, done that”
Só não posso dizer que “chega”
Nem busco, nem fujo
Creio no perfeito, no meu conceito de
Não utópico, apenas, difícil
Quem quer? Quem quer mesmo?
Os bônus e os ônus... esses elevados à nona potência
Muitos dizem que sim
É bonito explanar que acreditar
Pega bem concordar, “sim, eu também”
Palavras, bem, essas o vento joga longe
Algumas, jogadas com força no meu nariz
Experiências, nada mais
Péssimas, porém, não desnecessárias
Duras, diria
Águas do peixe lavado na feira ontem
E o que eu quero?
Ah, eu quero aloha nenhuma!
Perda de tempo, de energia
Desejos inalcançáveis
Tive tantos, iludiam-me
Vinham e iam, sem cerimônia
Cansei de brincar de viver
Cansei de período de pesca ao sonho
Cansei de fingir que xingar
Urinar sentado ou depilar o peito
São comuns... bem mais do que vê
Telhado de cristal...
Até eu decidir brincar de bola de gude. Rs
Ahhhh por favor...
Quero sossego
Um mínimo de paz para viver
Um metro quadrado para pisar e me sustentar
E dali construir o meu
E ter orgulho daquele bloco de dignidade
Meu
Talvez, nosso
Mas, sem dúvida, meu.