segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Espera.

Espero um dia ter a chance
De olhar para trás e dizer
Que não me arrependo
Que escolhi o caminho das flores
Que reconheci aquele das trevas.
Anseio por afirmar que
Disse nãos certos
Agradeci a quem merecia
Demonstrei a gratidão necessária
Briguei por causas nobres
Errei, mas não prejudiquei
Matei minhas saudades
Respirei meus alívios
Escapei das minhas masmorras
Fui salvo por medos
Arrisquei-me com segurança
Falhei para acertar
Soube esperar
Não esperei, fui buscar
Falei o que sentia
Amei
Com tudo de mim.
Espero mesmo por um dia
O instante de uma vida
A espera de tantas esperas
De olhar para trás
Por trás dos ombros e virar
Virar e dizer sorrindo
Que bom
Você chegou.



Casa.

Romântico, não sei.
Não sei se há uma definição exata quanto a mim.
Somos tantos em diferentes momentos.
Tudo ao mesmo tempo ou em tempos distintos,
Uma mistura ora homogênea ora incompatível.
Sou tão intenso, tão dono de tudo.
O dono da verdade absoluta nem sempre
Seguro de si, do que sente, sim.
Mostro-me por inteiro, rasguei as roupas
Nunca tive muros para esconder minha alma.
Chegue e veja, é uma casa sem cercas
Portas há, sempre abertas para uns e outros, poucos.
É uma casa simples, modesta, sem luxos.
Cada objeto cuidadosamente escolhido,
Duramente obtido
Sinceramente escolhido
Profundamente amado
Erro demasiadamente,
Sou um errante, por tantas vezes
Julgado, condenado, cumprindo pena
Não tenho direito a recursos, nem sempre, mas quase
Nada proposital, intencional, apenas errando a mão
São tantas chuvas, tantos ventos
A casa se abala; as vigas tremem, como não?
Hoje mesmo, preciso de reformas.
Difícil superar as últimas enchentes
Perdi tanta coisa, coisas queridas, umas mais, outras menos
Uma das mais preciosas não encontro.
Ou se esconde ou não se deixa encontrar
Será que foi levada? Não sei... ainda a procuro.
Reformas custam muito, mas são concluídas.
Mas preciso encontrar meu objeto estimado.
Eu falo com eles, com meus queridos.
Mas não falei com o meu especial hoje e a chuva o levou.
Ele é único.
Que as águas o tragam novamente
Voltando ao começo, não me defino como romântico.
Sou apenas um cara que erra
Acerta, erra de novo, acerta acerta, erra erra
Fraco, forte, fraco fraco, forte forte.
Um cuidador da minha casa
Aquela de portas abertas para poucos
Como para ti, meu objeto de maior valia.
Já tens a chave e o segredo,
Uma cópia e o endereço
Se as chuvas lhe trouxerem de volta e eu não estiver
Entre, acomode-se e me espere.
Os ventos me dirão sobre tua volta.
Deite no sofá e refestele-se.
A casa é tua.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Singular.

Alta
Besta
Caro
Duro
Eu
Fui
Grato
Hiato
Isso
Jogo
Lago
Maré
Nada
Opaco
Pato
Quero
Rio
Sou
Todo
Um
Você
Xeque
Zomba
Eu
Maré
Alta
Grato
Hiato
Duro
Fui
Todo
Um
Rio
Jogo
Zomba
Xeque
Besta
Pato
Nada
Caro
Sou
Quero
Você.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Enchente.

Ouvi um trovão ecoar.
Não, quem me dera. Queria tanto.
Queria uma tempestade sem precedentes, sem avisos.
Relâmpagos assustadores que coagiriam todos.
Daqueles que fariam qualquer um na rua tremer.
Tremer vidraças, tremer o solo.
A ventania seria necessária.
Queria ver telhas voando, sacolas no céu como pipas.
As árvores envergar-se-iam tanto que quase que deitariam.
Algumas deitariam, sem volta.
O noticiário não falaria em outra coisa.
Não saiam de suas casas;
Fiquem em lugares seguros.
Ônibus parados; metrô interditado.
Um pandemônio magnífico.
Era tudo que eu queria agora.
Um motivo embasado.
Uma razão justificável.
Sem culpas ou ameaças.
Para que eu ficasse, ficássemos
Ilhados, incomunicáveis.
Imersos nesse quarto.
No caos da natureza que nos unira  
O deleite de uma fantasia
Sob a luz de raios cortantes
Revelando na penumbra a arte
Seu corpo, trovão de cheias
Leva cacos leva portas
Lava espaço lava solas
Quarto, copa, cozinha e sala
Meu corpo tua morada.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Independência.


Vontades que passam pela minha mente.
Desejos que necessitam de concretizações imediatas, por isso me atrapalho.
Os meus desejos, as minhas vontades, tudo isso é meu e tão somente meu.
Ninguém mais os possui e nem os possuirá.
Tenho a escritura, todos os documentos atestando a posse.

Sei também que a decisão é minha.
Possuo os meios. A roupagem e a coragem.
Sou protagonista do meu desejo.
O que eu quiser, como eu quiser, se eu quiser. Eu consigo.
Posso dominar a situação, invertê-la, se necessário.
Tomamos nossas decisões.
Eu decido sempre.

Escolho meu caminho pelas cores das flores que encontro.
As aquarelas nas árvores me dizem qual parece ser o melhor.
Dúvidas são normais; os medos, inerentes.
Os erros, naturais.
Acertos, consequentes.
As derrotas não causam vergonha.
Tenho orgulho das minhas dores fomentadoras.

Tenho fibra, pujança, rigidez.
Envergo, toco o chão.
Não quebro. Racho, talvez.
O tempo me calcifica. Assim como a fé.
Cresço com as quedas, com os tiros.
Devolvo as balas.
Em caixas coloridas embrulhadas em papel colorido
E um laço por cima.
Do lado, um bilhete que diz:

Muito obrigado.


segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Desculpe-nos, professora Márcia.


Olhem bem para o rosto dessa professora, meus caros.

Esse olho inchado é nosso; esse sangue que escorre também é nosso. Não digo isso por eu ser professor, de jeito nenhum seria apenas por isso. Digo isso porque vivo em um país que gera um adolescente como esse, que agrediu a colega em destaque.

Afinal, um país que cria um adolescente capaz de socar o rosto de sua professora senhora dentro da escola é o mesmo que tem um político como Jair Bolsonaro em ascendente crescimento nas pesquisas eleitorais para presidente; e o mesmo país que alimenta uma polícia assassina acostumada a espancar o morador e a receber o “arrego” do tráfico; é o mesmo país que tem um congresso composto por corruptos orgulhosos de suas práticas maledicentes. Isso tudo porque, como já dizia o sábio Darcy Ribeiro, vivemos em um país cuja “crise na educação não é uma crise, mas, um projeto. ”

A cada dia que passa, deparamo-nos com os frutos desse projeto. Estamos colhendo esses frutos podres. Hoje, quem colheu foi essa professora. Uma maçã com peso de uma bigorna caiu sobre seu rosto enquanto olhava para o céu.

Começo a chegar à conclusão de que o Brasil não é um país de contrastes, como costuma-se dizer, mas, um país bastante uniforme. Nada aqui funciona. Nada aqui foi feito para dar certo. A roda não foi feita para girar; e não gira.

O Brasil de 2017 é o fruto de uma engenharia maligna, que tem uma aparência de efetividade, mas que, por trás do ralo verniz, está o arraigado interesse pelo não acontecimento. O Brasil não dá e nem dará certo porque nossa estrutura já foi criada para ser falha. E no quesito “ser falha”, obtém nota máxima todos os dias.

Já o povo diz estar acostumado e acomoda-se. Todos nós temos uma parcela de culpa pelo trauma que minha colega passou.

Desculpe-nos, professora Márcia. Esse país não te merece.


https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/professora-agredida-por-aluno-apos-expulsa-lo-de-sala-dilacerada-21730771?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo


domingo, 13 de agosto de 2017

Heterônimo.

Prazer, esse sou eu.
Perfeccionista, mas preguiçoso.
Um cansado que não cessa.
Um músico que não canta.
Um escrito não lido por todos. Por poucos.
Um estojo de lápis apontados pouco usados.
Sou papéis, folhas escritas, umas mais, outras menos
Muitas em branco, bem verdade. Aos olhos meus, todas escritas.
Um pacote de ideias, todas ótimas.
Talentos, habilidades não aprimoradas. Vazias.
Falta-me praticidade, senso. A vida exige isso.
Sei muito, sei muito que outros não sabem
Não importa. Nunca fez diferença. Pra quê?
Um dia de sol forte longe da praia
Um dia de chuva olhando para o mar
Sim, às vezes dou sorte. Bem sabes.
Tropeços e quedas.
Ralados, cortes e cicatrizes.
Remendos de vidas, remendos de sonhos.
Ideais meus, alguns alheios. Apossei-me deles. São meus agora.
Somos tantos outros, coisas, palavras, pessoas.
Somos mantos de retalhos, intermináveis.
Sou tantos que nem sei quem sou.
Sou todos os eus que conheci. Eles vieram e ficaram.
Além dos que ainda virão. Sou interminável.
Confesso que estou curioso.
Quero me conhecer mais.
Quero ver o meu próximo eu a chegar.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Domingo.

Quando acordo em um Domingo, percebo logo que é um dia diferente dos outros.
Não apenas por ser um dia de descanso, relaxamento, mas há algo singular nesse dia.

O som do Domingo. Será que alguém já reparou na sonoridade desse dia? Dependendo de onde mora, não há. Sem fazer puxa-saquismo a Simon & Garfunkel, apesar de merecem uma feriado internacional, é o som do silêncio a que me refiro. Há menos carros circulando, menos ônibus e o barulho que impera, quando há, são vozes, passos, latidos, enfim, sons quase imperceptíveis caso estivéssemos em qualquer um dos cinco dias úteis. Até mesmo o Sábado é um dia mais lento, mas nada se compara ao marasmo, por vezes insuportável, do Domingo.

Isso me lembra um pouco as madrugadas.  Há Domingos que são tão lentos quanto uma Terça-Feira às 02h00 da manhã. Ouvimos nem vozes, passos então... . Ouvimos, quando passam, carros e aquele som de frescor que deixam para trás, um de cada vez, pois não há tráfego intenso tão tarde; pelo menos onde moro e digito esse texto agora.

Engraçado que já percebi até a coloração de um Domingo especial. Parecia-me diferente de uma Segunda ou Terça-Feira de sol. Os dias da semana me parecem sempre mais claros e o sol, mais forte. Mas isso aí eu atribuo a minha preguiça mesmo. O sol jamais brilharia mais forte apenas para castigar os assalariados que batem ponto às 7h da manhã. Sol é natureza e a ela, toda veneração e admiração. Eu é que não ousaria desafiá-la. Deus me livre!

Afinal de contas, por que há tanto preconceito contra o Domingo? Só porque é véspera de Segunda-Feira? O problema seria contra a Segunda-Feira e seu impiedoso senso de “ainda faltam cinco dias para o próximo fim de semana”? O problema seria ter a casa cheia naquele dia dedicado à reclusão absoluta? Talvez seriam aqueles programas de televisão que mostram a espúria face do brasileiro, sem cortes ou filtros. Alguma razão há de haver. Também não podemos culpar a lua e os astros por tudo que acontece em nossas vidas.

Percebi isso no último Domingo. Gosto de prestar atenção a essas besteiras que para nada servem. Vazios que são pensados em uma manhã cinzenta do primeiro dia da semana. Na verdade, nem se trata de gostar ou não. Quando percebo, lá estou eu, pensando no que as formigas que vi no dia anterior andando na beira de uma via expressa estão a fazer naquele momento. Talvez estejam em suas tocas; ou mortas, o que acho mais provável. Inutilidades. E elas, na minha opinião, são piores do que as futilidades. Nessas você ainda gosta de alguma coisa; naquelas, apenas constata que tudo aquele foi... perdido.

Não considero o Domingo um dia como os outros. É um dia qualquer para alguns, de folga para outros. Ou seja, o Domingo é como se fosse a nossa vida dentro do cotidiano. Enquanto uns crescem, outros sucumbem. Em todos os sentidos possíveis. Nunca será tão massacrado como uma Segunda-Feira, muito menos venerado como a Sexta-Feira - que é apenas mais um dia de trabalho; nunca entendi direito toda essa adoração por esse dia – e tão pouco relaxante e macio como um sábado. É um dia neutro, sem ondas ou marolas.


Eu diria que se trata de um dia moco. Apenas isso, moco. 

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Medo.

Acho que o pior dos sentimentos é o medo.


Pessoas matam, morrem, destroem. E tudo isso por medo, essa sensação terrível que nos povoa, finca raízes profundas, tão profundas que chegam a ferir nossa alma.


Prefiro dor a medo. Sinto-me vulnerável, pequeno, incapaz de levantar meus olhos para ver meu semelhante. É uma agonia que nos consome, suga cada grama de força que possuímos. Ficamos exauridos, secos como um apanhado de pedregulhos que se amontoam após a morte de um algum rio.


Tenho medo de ter medo. Ah, isso também é terrível demais. Situações que nos colocam nessa posição são torturantes. Por exemplo, estar em meio a uma turbulência violenta em um avião. A simples possibilidade de morrer naquele momento e sofrer para tal faz as pessoas perderem o equilíbrio; ou estar em meio a um fogo cruzado, algo que pode acontecer com qualquer um, principalmente cariocas, como eu. Será que levarei um tiro e terei muita dor? Será que morrerei? Será que verei alguém ser morto na minha frente? Medo! Medo! Medo!Acho que me habituei a ter medo. A frequência me ensinou. Contudo, não consigo me acostumar com os sentimentos oriundos desse estado. E nem há como. São tão vivos; pungentes, agudos e afiados. Quase desesperador, diria. Se choro, apenas quando meu medo ultrapassa os limites que eu mesmo me impus. E olha que eu já aumentei a barra diversas vezes, em uma tentativa de manter o controle.


Nem sempre dá. Por vezes, tenho cheias, enchentes, deslizamentos de medo. E a barra vai pro beleléu. É levada pela enxurrada.O medo me incomoda. Não tenho paz enquanto estou com medo. Como ter? Porém, acho que o pior medo é o do desconhecido. Como será o futuro? Pior do que o presente? Melhor? Pelo andar da carruagem, apostaria em algum avanço? Ou retrocesso? Como eu queria ter certeza.


Às vezes, sinto que daria tudo a alguma cartomante ou vidente que fosse para que ela lesse minha sorte e me dissesse como estarei daqui a algum tempo.

Mas desisto. Repenso e desisto.

Tenho medo.  

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Festa

Trouxe a bebida esperada
Em taça de vidro quebrada
Na casa agora abandonada
Daquela que foi levada

Tem cálices de ouro
Tem botas de couro
Todo um avultado tesouro
Logo atrás do matadouro

Menina, dance ao som
Sinta o vento bom
Lembre-se de seu dom
Lábios do seu batom

Sangue lânguido corre apressado
Azulejo de chão acabado
Cate o sorriso sacrificado
Vida de trapo emendado
Olhares de olho forçado
Um pra ver o bocado
Outro para contar o trocado.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Viagem.

Primeiro é um oceano, todo um mar em sua infinitude.
Sereno, bonançoso. Crianças navegariam sem boia.

Um mergulho e cores surgem. Uma aquarela de emoções. Mais claras, pouco roxas ou cinzas.
Todas montam o ser. Há harmonia na variedade.
Até vida no escuro. Vida em toda parte.
O fluxo das águas me abraça.
Água morna, quase durmo e me afogo.

À superfície, um sol. Real, imponente, vistoso.
Quanto brilho. Quanta luz.
Forte. Agudo. Quase mordaz.
Não há dor, pois não fere.
Encanta.
Envolve.
Seduz.
Encanta.

E à noite? Ah, a noite...
Fragmentos de cristais graúdos no imenso pano de fundo do espaço.
É um novo sol; novos e vários sóis.
Tudo torna-se claro;
Cristal;
Verdade.

Vento me acolhe, brisa me suaviza a alma.
Abro os braços, preencho-me dessa luz.
Quero senti-la, engoli-la;
Engarrafá-la e levar comigo.
Não quero que acabe o êxtase.

O dia; a noite; o mar; a paz...

Vivo cada momento.
Respiro a plenitude.

Deito-me na calma que exala.

Como um choque elétrico, volto a mim.
Desperto.
E percebo que todo o tempo
Estive apenas imerso

No brilho dos seus olhos.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Digressões Pós Meia-Noite

Dormir me incomoda.
Sinto-me cansado, mas, por vezes, dormir me incomoda.


São cinco, seis ou doze horas que temos para fazer... nada. Descansar é preciso, o corpo pede, mas, e aí? Produzimos o quê naquelas horas de repouso? Nada.

Gosto de dormir tarde. Tenho a sensação de que aproveito mais o dia. Ou melhor, a noite. Sou notívago; penso melhor, tenho ideias, ideais, sonhos e planos na madrugada. Não sei explicar, se é que há uma explicação para isso. Sei que meu espírito se enche de energia na noite. Mas tenho que dormir. E aí?

A noite me instiga. Por vezes, fico olhando a rua durante a madrugada. Vejo janelas e mais janelas, algumas acesas, muitas apagadas. Penso nas pessoas que lá residem. Se são felizes, se sentem dor naquele momento, se estão a fazer sexo, se estão se recuperando de um dia terrível. Com certeza, acerto sempre.

E o som? Os sons que a noite produz. Aquele barulho dos carros passando, mas, de longe, muito menos frequentes do que durante o dia. Alguém ouvindo rádio ao longe, provavelmente o guarda da guarita do condomínio onde moro. Forço-me a ouvir a música e saber qual é. Muitas vezes, é uma rádio de músicas light, flashbacks internacionais ou nacionais. Por vezes, é um louvor. Ele deve ser evangélico.

Faço planos mirabolantes para vencer na vida. Bolo tudo! Passo a passo, minimamente desenhados. Isso sem falar no dia seguinte. Penso e planejo o meu dia inteiro nessas horas de silêncio. Acordarei mais cedo, irei à academia pela manhã, tomarei um café mais leve. Em me imponho horários, certo de que são possíveis. Está tudo pronto na minha cabeça.

Eu durmo. Acordo tarde. Cansado. A academia da manhã já se foi. O café da manhã vira almoço. E daí? Haverá outra madrugada. Planejarei tudo de novo.

E não cumprirei tudo novamente.


E isso não é fantástico?